Nova época, o mesmo sucesso. Vencemos todas as competições nacionais em 2014/2015, conquistámos o quarto campeonato seguido e levantámos os nove últimos troféus disputados em Portugal. A hegemonia no Basquetebol é Nossa!
Em Outubro tivemos dois grandes objectivos para cumprir.
Em primeiro lugar, o Troféu António Pratas. Na fase de grupos ultrapassámos, com naturalidade, as formações do Algés e Galitos Barreiro, alcançando assim a fase final da competição. Na meia-final enfrentámos a histórica Ovarense. Fomos muito eficazes do ponto de vista defensivo e chegámos à decisão do troféu, onde encontrámos o BC Barcelos. Diante de um adversário muito aguerrido, com um cinco inicial forte e muito bem orientado, os encarnados estiveram muito inspirados no lançamento e asseguraram a primeira conquista da temporada.
Volvida uma semana, seguia-se a luta pela Supertaça frente ao Galitos Barreiro. Provámos em campo todo o favoritismo que nos era atribuído e batemos este adversário com uma grande exibição de Carlos Andrade. Uma exibição q.b. valeu para somarmos o segundo troféu da época.
Viradas as atenções para o Campeonato Nacional, iniciámos mal a fase regular com uma derrota surpreendente no Barreiro. Contudo, soubemos reagir e acabámos na liderança com 20 vitórias e somente dois desaires. Conseguimos a "vantagem casa" para os Playoffs.
A Oliveirense foi o primeiro opositor na luta pelo Tetra. Em três partidas não demos qualquer hipótese ao adversário e seguimos para a fase seguinte dos Playoffs.
Surgia então a Ovarense no nosso caminho em direcção à final. Perdemos no jogo 1 disputado na Luz e as contas complicaram-se. Perdemos ali o "factor casa". Merecemos a derrota, pois cometemos demasiados erros infantis e não soubemos ganhar aquele jogo. No jogo 2, cumprimos a nossa obrigação e levamos a série empatada para Ovar.
Em território vareiro tínhamos de vencer pelo menos uma partida para não ficarmos de fora da luta pelo Campeonato. Com muito sofrimento - é nestes momentos que se vêem os Campeões! - e um Jobey Thomas a aparecer na hora certa, acabámos por triunfar no jogo 3, o que trouxe maior tranquilidade ao colectivo nesta eliminatória. Porém, no dia seguinte, novo encontro pela frente e mais uma vez não soubemos garantir o desfecho da contenda a nosso favor, tendo a Ovarense aproveitado esse facto para levar esta meia-final para a "negra", a disputar no Pavilhão Fidelidade.
No jogo 5, o SL Benfica mostrou finalmente todo o seu valor e fez espelhar no marcador as reais diferenças entre os dois emblemas. O resultado final 100-67 levou as águias, pelo segundo ano consecutivo, a enfrentar o Vitória SC de Guimarães na luta pelo ceptro nacional. Estariam frente-a-frente as duas melhores equipas portuguesas da actualidade.
Os encarnados eram favoritos, mas na cidade-berço morava um conjunto que queria acabar com a hegemonia benfiquista na modalidade. Ainda assim, o SL Benfica foi mais forte nos momentos decisivos em cada um dos três jogos. A maior qualidade dos nossos jogadores, a sua experiência e a extensão do plantel encarnado fizeram toda a diferença.
Estou de acordo com o entendimento de acordo com o qual cumprimos a nossa obrigação, tendo em conta a grande diferença de qualidade existente entre a nossa equipa e as demais. Mas o que é certo, é que não falhamos. Trata-se de um colectivo de Campeões!
As quatros melhores equipas da primeira volta disputaram, em Oliveira do Hospital, a Taça Hugo dos Santos (Taça da Liga desta modalidade). Defrontámos e vencemos, com alguma facilidade, a Oliveirense na meia-final desta prova. Na decisão deste troféu encontrámos o V. Guimarães. Nesse momento, um Benfica mais forte nos momentos finais do jogo conseguiu derrotar um adversário que deu muito valor à nossa vitória.
Na prova-rainha da modalidade, a Taça de Portugal, as formações do Maia Basket e do Barreirense foram presas fáceis no caminho para a Final 8 desta competição disputada na cidade de Fafe.
Com uma actuação q.b. superámos um Algés muito combativo. Esperáva-nos, então, uma final antecipada e jogada praticamente fora de casa perante o Vitória de Guimarães. Uma grande exibição defensiva dos encarnados acabou por ser fundamental para garantir um lugar na decisão da competição.
Na final enfrentámos um BC Barcelos que fez daquela partida o jogo da sua vida. Estivemos muito perto de perder o encontro, mas um enorme Jobey Thomas deu-nos a Taça em cima da buzina, após dois prolongamentos. Um hino à modalidade!
Esta época marcou o regresso às competições europeias dos encarnados. Na EuroChallenge ficámos pela fase de grupos, onde perdemos para o vencedor final da prova e uma formação belga de bom valor. Ainda assim ficou a sensação de que podíamos ter feito mais, pelo menos perante esta última equipa. De todo o modo, considero que valeu a pena propiciar esta experiência europeia aos nossos atletas, pois tiveram a oportunidade de enfrentar adversários com um nível bastante superior àquele que encontram nas formações do nosso país. Espero que tenha contribuído para um bom processo de aprendizagem, capaz de permitir um regresso mais forte à competição dos encarnados.
Contra factos, não há argumentos. Sobre o técnico, Carlos Lisboa, só posso dizer bem, pois venceu tudo aquilo que era para ganhar. A melhor temporada da história do clube. Tem o melhor conjunto de jogadores, mas granjeou muito mérito na forma como conseguiu construir mais um grupo de vencedores.
A conquista do Tetra fica marcada pela despedida do melhor jogador estrangeiro que vi actuar nos pavilhões portugueses, o norte-americano Jobey Thomas. Um fora de série, a todos os níveis. Um lançador de "outro mundo", um enorme defensor, um fantástico profissional. Um carácter e personalidade fora do comum em jogadores norte-americanos. Vou ter muitas saudades. Saiu como Campeão! É assim que tem de acontecer com Imortais como este. Muito Obrigado, Jobey!
Também Seth Doliboa se despede de águia ao peito. Dono de um currículo invejável, revelou-se fundamental para todas as vitórias. Na segunda passagem pela Luz, nunca atingiu o nível estratosférico do primeiro ano de Manto Sagrado. Porém, em pequenos grandes pormenores estatísticos, percebe-se que este norte americano quando joga mal acaba por ser o segundo melhor em campo. Está na História do Glorioso! Obrigado, Seth!
Não esqueço a inteligência de Mário Fernandes, a capacidade de tiro de Tomás Barroso e a "carraça" Diogo Gameiro. Infelizmente, esta foi uma temporada azarada para o Capitão Diogo Carreira, o qual, por certo, voltará mais forte e pronto para aparecer nos grandes momentos. A seu lado, no posto médico, teve um Carlos Ferreirinho perseguido pelas lesões que o deixaram de fora quase todo o ano.
E o que dizer de Carlos Andrade, MVP dos Playoffs? Que Monstro! Quando era preciso lá estava ele a defender como nunca, a ganhar ressaltos, a contribuir com pontos nos momentos decisivos. Brutal! João Soares chegou, viu, mas não venceu. Ficou aquém das expectativas que gerou na primeira fase do Campeonato. Espero que evolua e mostre porque é um dos melhores portugueses da sua geração.
Nas zonas próximas do cesto podemos sempre contar com Fred Gentry. Um pêndulo! É como o vinho do Porto, quanto mais velho, melhor. Fez uma época de grande nível. De uma enorme utilidade. Ronald Slay mostrou toda sua capacidade técnica na fase ofensiva do jogo. Um craque! Artur Castela, jovem da nossa formação, teve poucos minutos de utilização. Quanto a Cláudio Fonseca, tarda em mostrar porque é o melhor poste português! Devia ter mais minutos de jogo - é certo! - mas quando os tem não aproveita. Assim não!
Agora é repetir tudo, outra vez!
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