domingo, 21 de junho de 2015

Reencontro entre o Futsal e o SL Benfica...

Superioridade absoluta liderada por Joel Rocha. Eis o resumo de uma época gloriosa no Futsal. Erguemos o sétimo título da nossa história, além da conquista da Taça de Portugal. Uma temporada perfeita no regresso da secção ao topo da modalidade.

O SL Benfica partia para esta temporada tendo visto o seu velho e eterno rival, o Sporting CP, a festejar nos dois últimos anos. Pairando um clima de desconfiança e dúvida sobre o novo técnico e plantel, os encarnados iniciaram o Campeonato com um triunfo muito suado na deslocação à Beira Baixa frente à "ovelha negra" da época passada, a AD Fundão. 
Entretanto somámos três vitórias consecutivas e na quarta ronda surgiu o primeiro percalço, com um empate caseiro diante do Sandro, perdão, do Módicus. Perdemos os primeiros pontos numa grande exibição da nossa equipa. Logo aí começámos a demonstrar toda a valia de um colectivo muito forte e difícil de superar. 
A partir desse momento, sucesso após sucesso, percebemos que, de facto, íamos lutar pelo título. Batemos o Sporting, em Odivelas, superámos com grande categoria um SC Braga/AAUM capaz, na Luz. Chegámos ao final da primeira volta na frente da pauta classificativa, com uma boa vantagem sobre os principais adversários. 
Entrámos em modo "rolo compressor" e fomos superando os opositores com goleada atrás de goleada e exibições de encher o olho. Em Gaia, contra o Módicus, acabaram-se as dúvidas: tínhamos um grande treinador ao comando do leme benfiquista. A forma solidária como todos os jogadores se entregavam ao jogo só podia ser fruto de muito trabalho no campo e a nível motivacional. 
Até ao final da primeira fase, fomos a primeira equipa a vencer na deslocação até ao Minho (Braga), e um empate caseiro diante do Sporting deu-nos praticamente a garantia da conquista do primeiro lugar antes dos Playoffs. A "vantagem casa" era nossa. O que podia não querer dizer muito, atendendo aos anos anteriores. 
Foram 23 vitórias e somente 3 empates numa fase regular invicta e a deixar água na boca para os momentos decisivos. 
Concluída a Fase Regular, o primeiro adversário nos playoffs era o Leões de Porto Salvo. Uma equipa sempre complicada de enfrentar. Ainda assim, os rapazes comandados por Joel Rocha aplicaram duas goleadas e carimbaram a passagem à fase seguinte. 
Na meia-final surgiu a Associação Desportiva do Fundão. O clube que nos tinha tirado uma Taça e eliminado nesta fase na época transacta. Todavia, nesta época, tudo era diferente. Com muito sofrimento, vencemos na Beira Baixa, após prolongamento, e confirmamos a conquista do tão ansiado lugar na final com nova goleada na Luz (4-0). 
Chegava o eterno derby na decisão do título nacional. O até então melhor colectivo da temporada diante do emblema que tinha dominado as últimas épocas desta modalidade. No jogo 1, diante dos seus adeptos, o SL Benfica exibiu toda a sua capacidade e foi muito mais forte que o seu rival. Ganhou por "apenas" 2-1, mas a diferença de qualidade foi bem maior do que aquela que o resultado aparentemente espelha. Na segunda partida, chegou a primeira e única derrota das águias. Após prolongamento, o Sporting acabou por vencer, aproveitando os erros individuais dos encarnados num jogo impróprio para cardíacos. Nada estava ganho após o primeiro encontro, mas também nada estava perdido depois do segundo embate. Tudo em aberto para Odivelas. 
Com Juanjo e Bebé de fora por expulsão, o jovem sub-20 Cristiano Marques assumiu a baliza dos encarnados. Quando toda a gente pensava que iríamos sofrer bastante, o grupo mostrou mais uma vez a força e a identidade deste colectivo e superou todas as dificuldades, batendo o Sporting por três bolas a uma, de forma incontestável. Que fantástica demonstração do espírito colectivo!
A uma vitória do título, o Benfica viu o Sporting chegar aos 2-0 na quarta partida. Tudo se encaminhava para a disputa da "negra". Porém, mais uma vez, os encarnados mostraram porque foram a melhor equipa ao longo de toda a época. Empataram o desafio e levaram a decisão para as grande penalidades. Aí fomos mentalmente mais fortes e fizemos uma festa tão bonita quanto justa. Brilhante! 

Naquele que considero ser o momento da temporada, ainda antes da luta pelo título, os encarnados conquistaram a Taça de Portugal. Logo nos 1/16 de final, tínhamos uma deslocação de grande dificuldade a Braga. Com uma enorme consistência defensiva e um pragmatismo na hora de atacar a baliza contrária triunfamos por 4-1 e qualificámo-nos para a fase seguinte da prova. Seguiram-se adversários de menor qualidade (Amarense e Fátima), os quais ultrapassámos com maior ou menor dificuldade para chegar à final four da competição. 
Uma final antecipada surgia no nosso caminho. Num jogo muito táctico, onde conseguimos ser mais eficazes, derrotámos o Sporting e assegurámos um lugar na final da Taça. Pela frente, a AD Fundão. Com uma exibição muito personalizada, sem dar grandes chances ao adversário, voltámos à conquista de troféus e mostrámos que estávamos de volta aos principais momentos da modalidade. 

Não sendo injusto para jogadores ou staff directivo, o sucesso desta secção na época 2014/15 tem um nome: Joel Rocha. Que grande treinador! 
A cada treino que assisti, no final de cada jogo, nas conferências de imprensa, no modo como o colectivo funcionava fui percebendo que tínhamos feito a escolha certa. A sua capacidade de liderança/motivação e a exigência em todos os momentos são "à BENFICA"! O espírito de grupo, a forma solidária como cada atleta defendia na quadra, a evolução dos jogadores a todos níveis só podiam ter um fundamento: Joel Rocha. Fabuloso!

Na baliza, Juanjo transmitiu uma segurança como nunca tinha visto. É o melhor guarda-redes que passou em Portugal e um dos melhores do Mundo. Bebé continua muito irregular, mas para segunda opção vai chegando. Cristiano acabou por ser importante na conquista do grande objectivo da temporada. 
O capitão Gonçalo Alves pareceu um homem novo ao longo do ano. Liderou o balneário e foi dando o exemplo aos mais novos. Uma lesão grave impediu a afirmação do espanhol Pablito. Jefferson e Mancuso? Dois casos flagrantes do dedo de Joel Rocha. Perceberam muito bem o que lhes era pedido e executaram de forma perfeita em determinados momentos da época para ajudar o colectivo.
Como motor da equipa tivemos Chaguinha. O jogador mais completo do Campeonato. Os alas Rafael Henmi e Ré, com o seu virtuosismo e velocidade, foram elementos muito importantes na fase decisiva para todo este sucesso. Bruno Coelho? A personificação de um grande benfiquista dentro da quadra. A raça, o querer e ambição estão naquele corpo. BENFICA! Bruno Pinto e Xande foram ajudando em vários momentos durante a época. Vítor Hugo continuou a enfrentar um longo calvário e dificilmente voltará a ser o que era no futsal. 
Na posição de pivot, dois jogadores tão diferentes mas igualmente fundamentais. Patias, o homem golo. O matador. O senhor bolas paradas. Alan Brandi, dono de uma qualidade técnica bem acima da média, foi muitas vezes decisivo perto das balizas contrárias, quer a marcar, quer a assistir os colegas. 

     Este Colectivo valeu muito mais que a soma das partes e isso deve-se a Joel Rocha!


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