sexta-feira, 19 de junho de 2015

No SL Benfica, meias-finais não chegam...

Como aqui referi, aquando da antevisão da época 2014/2015, a equipa de Andebol do SL Benfica não partia como favorita para a conquista dos títulos nacionais. Infelizmente, tal previsão veio a ser confirmada ao longo da época. No primeiro ano de uma nova estrutura directiva e técnica, ainda falta corrigir alguns aspectos para alcançarmos o topo desta modalidade. Já lá vamos...

Ficámos no quarto posto da primeira fase do Campeonato Nacional. Se Sporting e FC Porto cedo mostraram que se encontravam num patamar superior ao da nossa equipa, diante do ABC registamos desaires que não estavam dentro das expectativas. Nesses jogos de elevada dificuldade percebia-se que precisávamos de maior poder físico no sector defensivo e capacidade de remate na primeira linha, no ataque às balizas contrárias. 
A equipa foi evoluindo colectivamente e chegava aos Playoffs com o objectivo de criar uma surpresa e chegar à luta pelo título. Ultrapassámos, nos quartos-de-final, um Águas Santas aguerrido, com um boa exibição na Maia e uma actuação sofrida na Luz. Mais do mesmo. Os pupilos orientados por Mariano Ortega eram capazes de ir "do 8 para o 80" numa só partida ou eliminatória. 
Chegámos assim à meia-final da competição, tendo pela frente a formação que conquistou a hegemonia a nível nacional, o FC Porto. À melhor de cinco encontros, deslocámo-nos até ao Norte e demos muita luta aos azuis-e-brancos no Dragão Caixa. Porém, na fase decisiva das partidas, o colectivo portista comandado por Obradovic e Gilberto Duarte - atleta que faz toda a diferença - acabou por vencer com naturalidade. No Pavilhão da Luz realizámos uma exibição muito pobre e acabámos eliminados de forma totalmente merecida. Novamente um Benfica irregular nas actuações, porém infelizmente regular nos resultados finais desfavoráveis. 
A formação portista acabou por somar o seu sétimo título consecutivo numa final muito disputada contra o Sporting, decidida apenas no prolongamento da quinta partida. 

Na Taça de Portugal apurámo-nos, sem grandes dificuldades, para a "final four" da prova, após batermos opositores frágeis como Passos Manuel, Belenenses ou GC Santo Tirso. Em Loulé, o adversário na luta por um lugar na derradeira decisão da competição dava pelo nome de FC Porto. Nesse encontro, mostrámos novamente que podíamos discutir o jogo, contudo um tiro de meia distância de Gilberto Duarte a poucos segundos do fim garantiu a qualificação aos portistas que, por seu turno, viriam a sucumbir na final frente ao ABC. 

A Challenge Cup foi a competição europeia que disputámos nesta temporada. Trata-se daquela competição em que os clubes portugueses têm hipóteses de conseguir grandes voos. Os encarnados mostraram, eliminatória após eliminatória, que tínhamos boas possibilidades de vencer esta prova. Batemos, de forma brilhante, os noruegueses do FyllingenBergen. Nos oitavos-de-final, derrotámos, sem grandes problemas, os luxemburgueses do Dudelange. 
Diante dos polacos do Azoty-Pulawy realizámos uma das melhores actuações da época; fora de portas, construímos o caminho para as meias-finais. 
Em duelo frente aos romenos do Odorhei por um posto na final da competição, as águias realizaram um jogo em território alheio contra tudo e todos, perdendo por apenas dois golos e deixando tudo em aberto para a segunda mão, em Lisboa. 
Quando se esperava uma reviravolta, fizemos uma segunda parte terrível e vimos o adversário fazer a festa na nossa casa. Mais do mesmo. Não arranjem desculpas da arbitragem. Antes disso, mostrem qualidade e compromisso com o clube. 

Compromisso? A palavra-chave para falar sobre esta secção. Só deve estar cá quem quer jogar com toda a raça, querer e ambição envergando o Manto Sagrado. Chega de "vacas sagradas": Chega de perdedores. E aqui falo para Cláudio Pedroso e Dario Andrade. Dois internacionais portugueses que nunca mostraram todo o seu potencial na Luz. Demonstraram uma falta de compromisso gritante com o colectivo. São casos flagrantes! 
Podia-me debruçar também sobre Carlos Carneiro e José Costa. Mas aí os problemas são outros. Esses colocaram em campo toda a sua qualidade, mas o poder dentro da secção ou a instabilidade psicológica foram entraves ao sucesso do grupo. 

Pela positiva, a aposta verdadeira e séria na Formação. Aqui o mérito deve ser reconhecido, na sua plenitude, ao nosso técnico espanhol Mariano Ortega. Veja-se a evolução do pivot Paulo Moreno. Era isto que já se pedia há algum tempo. Apostar na juventude não é colocá-los em campo a dez minutos do fim quando os jogos já estão ganhos, mas antes dar oportunidades para eles mostrarem que podem ser importantes para o colectivo. Terem tempo de jogo útil para poderem evoluir ao longo de um ano. 
Relativamente ao trabalho do nosso treinador, chegar às meias-finais no Glorioso não chegam. É preciso muito mais! Espero que seja concluída a "limpeza" do balneário e que, a partir de agora, se acabem com as desculpas para construirmos o caminho para o sucesso. Com base na formação, mas também com atletas estrangeiros de inegável valia e com todos aqueles que querem ficar cá de alma e coração. O compromisso com o clube tem que ser TOTAL!


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