quarta-feira, 17 de junho de 2015

"Tristeza" Europeia não apaga Triplete inédito!!!

Histórica! Esta é a melhor palavra para definir a época da equipa de Voleibol do SL Benfica. A secção conseguiu conquistar o carinho e apoio dos adeptos, criando uma comunhão fantástica que - acredito - veio para ficar. Nunca me esquecerei daquele ambiente vivido na final europeia! Fantástico! Emocionante!

A época começou com a conquista na Supertaça, em Coimbra, diante de um aguerrido Castêlo da Maia pela margem máxima. Os encarnados não deram hipóteses ao seu adversário e iniciaram da melhor maneira uma temporada na qual queriam vencer tudo a nível nacional, pela primeira vez. 

A luta pelo Tri-Campeonato foi muito dura. Duas derrotas na primeira fase frente à Fonte Bastardo complicaram a tarefa e o nosso principal rival assegurou a "vantagem casa" para os Playoffs. 
Surgiu o Sporting de Espinho na discussão por um lugar na decisão do título. Provamos todo o favoritismo que nos era atribuído e, em três jogos, batemos este histórico da modalidade, assegurando presença na grande final. A Fonte Bastardo fez o mesmo contra o Atlântico da Madalena e tudo corria como era esperado desde o primeiro jogo do ano. As duas melhores equipas nacionais iam travar duelos intensos pelo grande objectivo da temporada. 
O "factor casa" foi prevalecendo nos quatro primeiros encontros do Playoff. Seria a "negra", disputada nos Açores, a decidir o vencedor do Campeonato nacional. Quando se esperava uma partida equilibrada, com muitos nervos à mistura, os comandados de José Jardim realizaram uma fantástica exibição, sem erros, batendo uma equipa fortíssima, dotada de uma orçamento semelhante ao nosso e que só deu mais brilho ao nosso triunfo. Como grande equipa que somos, provamos nos grandes momentos que estamos sempre à altura. Lindo!
Alcançamos a hegemonia desta modalidade. Mas a ambição não pára e só podemos pensar no Tetra. 

Ainda antes da conquista do Campeonato, o SL Benfica ergueu a 15ª Taça de Portugal do seu historial. Primeiro superou o Castêlo da Maia na Luz e, dessa forma, qualificou-se para a "final 8" da competição disputada em Santo Tirso. Nessa fase, o percurso foi tudo menos fácil. Apanhamos o V. Guimarães nos quartos-de-final e ganhamos por 3-0. Na meia-final da prova, esperáva-nos uma verdadeira final antecipada. Com mais uma actuação de luxo, as "águias" derrotaram uma grande Fonte Bastardo por 3-1, chegando assim à decisão do troféu. 
Na grande final, o histórico Sp. Espinho estava do outro lado da rede para nos impedir de continuarmos a fazer história. Felizmente, não tiveram sucesso nesse intento, pois a diferença de qualidade entre as duas equipas era enorme e a Taça foi mesmo para Lisboa. Brilhante! 

Eu sei que, desde o momento em que souberam que iam participar na Taça Challenge, os jogadores encarnados sentiram que podiam fazer um grande percurso europeu. Claro está que o objectivo era jogo-a-jogo, passo-a-passo, ir o mais longe possível nesta competição. Passamos automaticamente à terceira ronda em virtude da desistência do CV Andorra. 
Nos dezasseis avos de final enfrentamos o líder do campeonato sérvio, o Partizan de Belgrado. Nas duas mãos fomos claramente superiores e seguimos em frente na prova. Na fase seguinte, novo duelo luso diante da Fonte Bastardo. Na primeira mão estivemos a perder 0-2 na Luz, o nosso adversário dispôs de "bolas de jogo", porém aquela raça, querer e ambição de toda a secção propiciou uma incrível reviravolta (37-35) no terceiro set. Acabámos mesmo por ganhar o encontro pela margem mínima (3-2), o que deixava tudo em aberto para os Açores. A Fonte tinha algum favoritismo, mas, mais uma vez, nos momentos mais difíceis, apareceu um enorme Benfica que superou nova adversidade e bateu o rival pela margem máxima (3-0)!!! Estávamos nos quartos-de-final. 
Desta vez, encontrámos pela frente um emblema que tinha chegado à final da competição na época passada, os gregos do Ethnikos. Na Luz batemos este adversário de forma inapelável por claros 3-0. Em território grego previa-se grandes dificuldades, contudo os encarnados chegaram, viram e venceram sem receios por 3-2, dando mais uma demonstração de força colectiva e psicológica. 
Na meia-final da competição aparecia o grande favorito à conquista desta prova, o Ravenna de Itália. E aí vimos o melhor Benfica de sempre. Uma capacidade soberba a todos os níveis permitiu que superássemos este rival de grande valia e assegurássemos um lugar na grande final. Fabuloso! Extraordinário! 
Após termos superado a equipa que, em tese, era a de melhor valia, o sonho comandava a vida e acreditávamos que podíamos vencer a competição. O último obstáculo passava por vencer os sérvios do Novi Sad. Perdemos na casa do adversário por 3-1, mas todos sentimos que podíamos dar a volta no Pavilhão da Luz. Foi o único desaire em toda a competição. Impressionante!
Apoiados por um ambiente fantástico, as águias acusaram a pressão do momento e um adversário de grande qualidade conseguiu ganhar os dois primeiros sets. Fizeram logo ali a festa. Quando se podia pensar que os adeptos iam abandonar o pavilhão - afinal estava tudo decidido -, nada disso aconteceu. Um dos melhores ambientes que vivi na minha vida levou os nossos rapazes a uma vitória (3-2) que não chegou para a conquista do troféu europeu, mas mostrou ao Velho Continente a nossa valia e que, no próximo ano, vamos voltar com muita ambição. Uma carreira europeia à Benfica! Foi arrepiante assistir a tudo isto. Muito Obrigado!


Grande trabalho do Prof. José Jardim e restante equipa técnica. A sua competência, exigência e capacidade de liderança foram fundamentais para todo este êxito. Pela primeira vez na nossa história conquistamos um Tri-Campeonato e um Triplete. O grupo "remou" todo para o mesmo lado, demonstrando uma enorme união, capacidade de sacrifício e ambição. Nunca se cansam de ganhar. Um grupo de Campeões! 

Tivemos aquele que considero ser o melhor distribuidor que vi em Portugal, o brasileiro Vinhedo. A velocidade com que executa e a imprevisibilidade das suas acções são qualquer coisa de que me vou lembrar sempre. Na sua sombra - mas não menos importante - esteve Ricardo Perini. A sua humildade deixa-me sem palavras. Um jogador fundamental para o grupo. Muito Obrigado!
A formar o nosso muro central estiveram Honoré, Zelão e Kibinho. O tobaguenho é uma máquina. Um ataque soberbo com uma altura incrível. Zelão foi o jogador revelação da época. Fantástico! Que fantástica capacidade de bloco! Kibinho não esteve ao nível de outras épocas mas sempre que foi chamado cumpriu e acabou por ser importante para todas as conquistas. 
Na zona atacante, Flávio Cruz (que capacidade de remate!), André Lopes (que serviço e que coração à Benfica!) e Roberto Reis (que recepção!) foram peças-chave desta temporada histórica. Todos com características diferentes, mas complementaram-se em prol de um colectivo muito forte. O jovem João Oliveira tem muito a aprender com os seus colegas. A sua evolução tem sido significativa. 
E o que dizer do nosso libero Ivo Casas? A alma desta equipa. Começou a época de forma irregular, mas nos momentos decisivos esteve lá com uma recepção muito capaz, uma enorme capacidade na defesa baixa a empurrar os colegas para o sucesso. João Magalhães teve uma época azarada, marcada por várias lesões. 
Por fim, como oposto, o nosso capitão Hugo Gaspar. Decisivo! Pontos atrás de pontos fulcrais para cada triunfo. Sem nunca esquecer Ché que, quando foi chamado à quadra, nunca defraudou as expectativas. Muito Bem! 


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