quinta-feira, 5 de junho de 2014

Uma restruturação a (re)pensar

Desilusão é a palavra certa para descrever a temporada 2013/2014 do Futsal encarnado. A Taça de Portugal perdida frente ao Fundão e a eliminação diante do mesmo opositor nas meias-finais dos Playoffs espelham nitidamente uma das piores épocas desportivas da história desta secção. Um descalabro!

A reestruturação que se impunha não deixou de ter lugar. A dupla João Freitas Pinto e Alípio Matos assumiu o comando técnico. Fez-se a renovação (tardia) de um plantel envelhecido e que vinha a perder qualidade ao longo dos últimos anos. Entraram oito novos jogadores, a maioria deles muito jovens, mas com grande potencial. Por outro lado, saíram nomes consagrados como Davi e César Paulo, que estavam no ocaso das suas carreiras, além de Marinho e Diego Sol, que pouco mostraram de águia ao peito.
Seria o primeiro ano de um projecto que acreditavam ser de sucesso. 

A temporada começou e o principal rival, Sporting, assumia-se novamente como grande favorito ao título nacional. Os primeiros meses de trabalho com um conjunto de jogadores praticamente novo adivinhavam-se complicados. 
O início de Campeonato trouxe vitórias e um processo de jogo que ia amadurecendo com a competição. Apesar de um ou outro percalço "normais" como aquele verificado perante o SC Braga, os pupilos liderados por João Pinto chegam ao primeiro derby, na 10.ª jornada, com possibilidade de chegar à primeira posição. E conseguiram-no, em Loures, com excelentes 30 minutos onde estiveram a vencer por 3-8, tendo o Sporting reduzido o marcador para 7-8 num "5 para 4" muito bem trabalhado. 
Por essa altura, a equipa ficou mais confiante, acreditando no trabalho até então desenvolvido e foi consolidando a liderança da pauta classificativa até ao final do ano.
No início de 2014, a formação encarnada atravessou uma fase muito complicada, pois viu o seu técnico passar por problemas de saúde. O seu estado enfermo obrigou-o a estar cerca de um mês longe de todo o trabalho. Como é natural, um transtorno como este afecta qualquer grupo, tanto mais se se tratar de um conjunto jovem e apenas com alguns meses juntos. O empate caseiro frente ao Rio Ave e a derrota em Porto Salvo levaram a perda do primeiro lugar nesse lapso temporal. Acresceram a este cenário nefasto um conjunto de prestações bem fracas, nomeadamente aquela frente ao Loures, em encontro a contar para a Taça de Portugal. 
Com o regresso do treinador, os resultados melhoraram, mas as exibições continuavam aquém do esperado, não obstante o ciclo de jogos de elevado grau de dificuldade (SC Braga e Sporting, na Luz) que o SL Benfica teve de enfrentar. Foi, aliás, este ciclo vitorioso que fez nascer a crença junto dos adeptos de que podíamos lutar pelo título nacional. Voltámos para a frente da classificação e conseguimos vencer a Fase Regular. Tínhamos a "vantagem casa" para os Playoffs a nosso favor. 
No que respeita ao outro objectivo da época, a Taça de Portugal, chegávamos, por esta altura, à 'Final Four' da competição como grandes favoritos a erguer o troféu, isto porque o Sporting tinha sido eliminado, surpreendentemente, pelo Fundão, numa fase primitiva da prova. 
Chegámos ao princípio do mês de Maio com grandes possibilidades de conquistar uma possível "dobradinha". 
Após um vitória tranquila na meia-final, tínhamos pela frente o Fundão na Final da Taça de Portugal. E foi em Oliveira de Azeméis que começou o tal descalabro. Não se podem perder competições diante de equipas com qualidade bem inferior. Culpa do Marcão? Culpa do Joel? Naquela tarde, todo o colectivo este mal. Muito mal!
Na semana seguinte iniciaram os Playoffs. O adversário nos quartos-de-final era o Belenenses. E a turma da Luz, enfrentando algumas dificuldades em Belém e protagonizando uma goleada no Pavilhão Fidelidade, cumpriu a sua obrigação. 
Seguia-se a 'besta negra' Fundão no acesso à final. Uma derrota na Beira Baixa castigou a ineficácia dos encarnados. Contudo, ainda havia a hipótese de vencer a eliminatória, sendo necessário, para tal, a conquista de dois triunfos no mesmo número de encontros a terem lugar no nosso reduto. E o que aconteceu? No jogo 2 da meia-final, assistimos  a uma exibição horrível! Talvez a pior actuação de toda a temporada. Consequentemente, e pela primeira vez na história desta secção, não estamos presentes na decisão do Campeonato. Vergonhoso! 

A grande responsabilidade vai para a direcção técnica da secção. O treinador não tirou o máximo rendimento de cada atleta. Isso foi notório! Veja-se o caso de Ricardo Fernandes, Serginho, Rafael Henmi ou Alan Brandi. Parece-me que falta alguma química na relação treinador/jogador. A mensagem não passa. 
Pablito foi um erro de "casting" e os mais novos, Bruno Pinto e Ivo Oliveira, pouco ou nada acrescentaram. Quanto aos mais experientes, Gonçalo Alves e Joel Queirós, estavam lesionados na altura das decisões, o que também foi importante para estas fracas actuações do colectivo. 
Marcão e Bebé nunca foram aquele grande guarda-redes que o SL Benfica precisava. Algo que numa grande equipa faz muita diferença. 
Por tudo isto, este plantel precisa de um Adil Amarante (com João Pinto e Pedro Henriques na estrutura) e 2/3 jogadores (guarda-redes, fixo e pivot) com qualidade acima da média. 

Relembro que apenas conquistámos um Campeonato nos últimos cinco anos. Desde o título europeu que o Futsal Benfica tem apresentado resultados muito abaixo das expectativas. Há que tirar ilações sobre o que de mau se tem feito para olharmos para o futuro com esperança de acalentar muitos sucessos. 


Para consulta de tudo sobre a época 2013/2014, pode ver aqui:


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