Neste Domingo arranca oficialmente a temporada da equipa de Hóquei em Patins do SL Benfica, e logo com um objectivo para conquistar: vencer a Supertaça António Livramento.
Desde 24 de Maio, dia em que o Benfica venceu a Taça e encerrou a temporada 2014/2015, são 4 meses sem competição oficial, num hiato que a realização do Campeonato do Mundo não justifica de todo. Sendo assim deu tempo para um período de férias alargado e uma pré-época de intensa preparação, para uma temporada de expectativas altas.
E comecemos por aqui: depois de uma temporada que roçou a perfeição (exceptuado o desastre da Supertaça, o Benfica só perdeu 2 jogos em toda a temporada, e ambos na Liga Europeia), a postura directiva foi, como não podia deixar de ser, de manter grande parte da estrutura vencedora. Renovou com a equipa técnica, renovaram grande parte dos jogadores, e as saídas foram colmatadas com reforços de gabarito. (http://benficaecletico.blogspot.pt/2015/06/para-que-mexer-quando-se-vence-adn-sl.html)
Entrando por este ponto, a extensa pré-época já deu para ver que não há enganos: Se por um lado o Benfica perdeu um craque como Carlos López, trouxe 2 jogadores para posições ofensivas que trazem mais soluções à equipa, em quantidade e em estilo de jogo. O Benfica dispõe agora de um arsenal de opções atacantes de fazer inveja a qualquer equipa (só o Barcelona se poderá "gabar" de ter tanta qualidade e quantidade). Do que foi possível observar da pré-temporada, Marc Torra estará mais integrado, é também ele um jogador de perfil muito profissional e um verdadeiro goleador, e que surge altamente motivado neste novo desafio da sua carreira - com forte ADN Barça, é mais um jogador que está habituado a ganhar. O fantasista Jordi Adroher já deixou um "cheirinho" do que pode fazer, e sem dúvida irá impôr o seu hóquei mais virtuoso. Juntamente com o "fenómeno" Nicolia e o "matador" João Rodrigues, Pedro Nunes pode dormir descansado neste aspecto, são múltiplas as parelhas ofensivas que poderá utilizar em ringue. O maior desafio será colmatar a saída de Tuco, que defensivamente era um elemento muito importante. Por um lado, Diogo Rafael terá de assumir uma maior responsabilidade no seu jogo, e a sua ausência no derradeiro torneio de pré-época mostrou que a manta está curta atrás. Espero também que seja dada confiança a Miguel Rocha, que tem potencial para, trabalhando sempre no limite, evoluir e tornar-se um jogador mais completo - e jogando mais recuado poderá também fazer mais uso da sua incrível meia-distância.
A restante base do plantel é de já conhecida: Trabal continua um muro na baliza, Valter só sabe jogar na sua elevada bitola, Tiago está sempre pronto para ajudar a equipa quando é chamado, conferindo equilíbrio em vez de vertigem. Ou seja, 80% do plantel transita da temporada anterior, os 2 reforços são jogadores com experiência, tarimba e motivação, e que mesmo tendo de passar um natural período de adaptação do hóquei português, e à semelhança do que aconteceu com Carlos Nicolia na temporada anterior, não irão demorar a fazer a diferença.
Em termos de objectivos, e dando uma opinião muito pessoal, compreendendo a euforia dos benfiquistas e a fome de mais um título europeu, mas considero que o objectivo primordial e fundamental é a renovação do título de campeão nacional. O SL Benfica viveu demasiados anos em crise no hóquei em patins - modalidade histórica não só do clube, mas como do desporto português - e tem por isso responsabilidade acrescida. A verdade é que os anos recentes, com mais conquistas encarnadas, estão a levar a uma necessária mudança de paradigma, e o maior investimento dos rivais, reflectido nas movimentações no mercado, prova isso mesmo. O maior rival do Benfica, o FC Porto, rejuvenesceu a sua equipa, apostou num treinador espanhol, jovem e com bons trabalhos realizados. A UD Oliveirense surge com o "grosso" do anterior plantel do Porto, ao qual juntou Carlos López, e tem por isso uma equipa carregada de experiência e talento, e ansiosa por ganhar. E até o Sporting se reforçou com "pesos pesados", na carteira e no BI também, mas jogadores com valor, 3 deles campeões europeus pelo Benfica em 2013. Este enquadramento para dizer que o Campeonato Nacional vai ser mais competitivo, não pode haver dúvidas disso, e que repetir as 25 vitórias e 1 empate em 26 jogos da temporada anterior, a acontecer, será um feito impensável. O Benfica tem de, semana após semana, encarar as dificuldades de cada jogo e conquistar os três pontos em disputa.
O último "Bi" encarnado data de 1997 e 1998. São demasiados anos... é necessário reconquistar a hegemonia interna, e para isso os primeiros passos foram dados. É continuar a ganhar! Para isso, outros 2 objectivos são também eles importantes: A Taça de Portugal, em busca da terceira conquista consecutiva, e a Supertaça, que mesmo sendo um jogo único e logo a abrir a temporada, terá um peso diferente relativamente ao ano passado, ainda por mais depois da categórica vitória do Benfica na última final da Taça, e que uma certa postura habitual do seu adversário tentou mascarar, em vão, o que foi uma vitória e superioridade inequívocas. Mesmo com o adversário reforçado - para melhor - o Benfica terá de mostrar que continua a ser superior.
A nível europeu, e sendo já conhecido o emparelhamento da fase de grupos e quartos de final, o objectivo mínimo é a qualificação para a final four, e se isso não acontecer será um verdadeiro fracasso. Uma vez chegado à final four, o Benfica tem o enorme exemplo de 2013 para mostrar que não há favoritos, é um fim de semana, dois dias, dois jogos, em que tudo pode acontecer dentro e fora do campo. Até esses 2 dias mágicos, haverá um caminho de 8 jogos para ultrapassar, sendo certo que o Benfica terá de contar com a baixa de Trabal nos primeiros jogos da competição, num castigo que o CERH demora a anunciar. Oportunidade, mais que merecida, para Pedro Henriques brilhar.
Em suma, depois da dobradinha do ano passado, este ano o objectivo primordial é um triplete. Estão reunidas todas as condições para isso. E ambição sem tecto na Europa. Outro factor importante de analisar, e voltando a insistir que o hóquei em patins está no ADN do adepto de desporto português, não tenho dúvidas que este ano vamos ter muitos pavilhões cheios por esse país fora, e assistências bastante superiores na Luz. A tendência acentuou-se na temporada passada, e acredito que irá aumentar esta temporada - e o Benfica tem tudo para proporcionar grandes jogos aos seus adeptos, com muitas vitórias e conquistas. Relembrando também que a nível interno o Benfica tem um registo 100% de vitórias em jogos caseiros nas últimas 2 temporadas. Por isso apareçam no hóquei, seja onde for, que não irão ficar desiludidos.
Podem consultar tudo sobre a época do Hóquei em Patins do SL Benfica em:
FORÇA SPORT LISBOA E BENFICA!!!
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